Na época de Jesus havia o costume de não se estabelecer limite de horário para os servos ou reconhecimento de algum serviço extra
Na época de Jesus havia o costume de não se estabelecer limite de horário para os servos ou reconhecimento de algum serviço extra, pois se tratava de escravos e que, como tais, pertenciam aos seus senhores; eles eram propriedades de seus donos. Jesus utiliza tal costume para caracterizar seus discípulos, que cumprirão a vontade do Mestre em total desinteresse e gratuidade. A missão evangelizadora parte do desejo de Deus e tem como objetivo Deus mesmo. O discípulo é alguém chamado, escolhido, preparado e enviado por Deus como instrumento de salvação, como sinal do seu amor e verdade, como defensor da vida e testemunho de sua bondade. Deus faz do discípulo um portador da Boa Notícia para a elevação do homem e para a transformação do mundo.
2. Não pode ser discípulo de Cristo quem busca privilégios e títulos de prestígio. Esse tipo de religiosidade é condenado vivamente por Jesus. Quem quer ser discípulo deve lançar por terra toda forma de mercantilismo na relação com Deus, isto é, não procurar fazer algo em troca de alguma coisa. O discípulo, como qualquer ser humano, tem seus interesses, seus sonhos, mas traz consigo algumas diferenças: uma vez sendo discípulo, sua alegria é servir ao seu Senhor na implantação do seu Reino; além disso, sofre muito para poder ficar livre do julgo dos seus interesses, podendo ser até tratado como inimigo quando na verdade tem como pretensão ser somente fiel a Deus; uma outra coisa, ele sofre a rejeição daqueles por quem está gastando sua vida; sua vida se assemelha a de Cristo Servo.
3. Num mundo que busca as honras, o poder, a fama, as câmeras fotográficas e filmadoras, os primeiros lugares, os aplausos, os títulos, o sucesso em tudo, o desinteresse pelo profetismo (consequência de quem busca a si mesmo), que escraviza a religiosidade aos princípios econômicos, colocando Deus na situação de justificador dos desejos mais doentios de dominação, manipulação de ideias, desequilíbrio psicológico e eliminação da dignidade do outro, nasce o discípulo e a discípula de Jesus Cristo, portadores da mesma missão do Mestre para agirem da mesma forma: como SERVOS, mesmo carregando a cruz imposta pelos iludidos do mundo. No meio desse mundo, o discípulo faz a vontade de Deus, tem consciência do chamado, sabe qual é a sua missão, reveste-se do serviço e corajosamente se lança na missão. No final, ele tem consciência de que só foi capaz de realizar a missão de Cristo porque soube viver a condição de servo, servindo unicamente por amor, e que essa condição foi essencial inclusive e primeiramente para sua própria salvação.
Um forte e carinhoso abraço.
Evangelho do dia
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