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José Erinaldo Ferreira de Lima

Lc 17,11-19. Quarta-feira da 32ª Semana do TC, 13 de novembro de 2024.

Atualizado: há 3 horas

Evangelho


Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12 Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, 13 e gritaram: "Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!" 14 Ao vê-los, Jesus disse: "Ide apresentar-vos aos sacerdotes". Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16 atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17 Então Jesus lhe perguntou: "Não foram dez os curados? E os outro nove, onde estão? 18 Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?" 19 E disse-lhe: "Levanta-te e vai! Tua fé te salvou".

— Palavra da Salvação.


Reflexão


1. Lucas mostra Jesus no seu objetivo de ir à Jerusalém, a fim de lá realizar o coroamento de sua missão: morrer e ressuscitar por nós, pecadores. Seguindo seu caminho, passa pela Samaria, uma região de um povo que não se dá bem com os judeus nem estes com os samaritanos, que são uma mistura de judeu com pagãos. Inclusive os samaritanos ficam chateados com a presença de Jesus ali, porque Ele está só passando com destino à Jerusalém. Eles vivem o desprezo dos judeus, que se acham os donos da salvação. Enquanto eles são mais abertos à ação salvífica de Deus, mas sem abandonar, por sua vez, o desprezo recíproco. Jesus percebeu isso e o manifestou na parábola do "samaritano".

 

2. Dez leprosos vieram ao encontro de Jesus e pararam à distância, gritando. O número 10 dá a ideia de universalidade. É possível aqui pensar em toda humanidade que deve se encontrar com Jesus, único Caminho, Verdade e Vida, e ser liberta de suas mazelas. Esses leprosos, que antes de tudo revelam, na miséria, unidade e solidariedade de uns para com os outros e interesse pela mesma salvação, sendo eles samaritanos e judeus, pararam à distância porque esta é a regra por causa de sua doença, a fim de não contaminar ninguém. Eles devem gritar para os que se aproximam, dizendo o que eles têm (lepra), a fim de que ninguém se aproxime deles. Eles são isolados, colocados completamente à margem da sociedade, não participam mais de nada, nem mesmo da vida da fé, são excluídos do convívio das pessoas por causa da doença e, como tal, pelo fato de serem leprosos significa, segundo a mentalidade da época, que possuem pecados graves.

 

3. “Jesus, mestre, tem compaixão de nós”! Aqui se encontra o clamor de uma humanidade necessitada de libertação física e espiritual, sem rumo, sem horizonte e sem futuro; uma humanidade marcada por lepras terríveis, como exploração uns dos outros, escravização do semelhante, desejo de manipulação de grandes massas, satisfação pessoal em detrimento da dignidade do outro, consumismo absurdo, permissivismo, roubos, injustiças, hedonismo, entre tantos outros desequilíbrios. Jesus tem conhecimento de tudo isso, do mar de lamas onde se encontra essa humanidade, das prisões e lepras incuráveis pela simples força do homem. Por isso vem à história, deixa-se envolver com o pecador, permite ser tocado, mistura-se sem medo de contaminação, permite ao outro vir ao Seu encontro. Em seguida, respeitando a instituição divina, manda-os aos sacerdotes, porque são eles responsáveis em reintegrá-los na sociedade depois de perceberem que estão curados (cf. Lv 14,2-7). A Igreja é instrumento da salvação. Ela foi criada para ser presença do Reino de Deus no meio desse mundo. Não se pode ter a Cabeça, Cristo, sem Sua Igreja, Seu Corpo Místico. Não podemos ser de um sem ser do outro.

 

4. A cura se dá “enquanto caminham”. Duas coisas importantes aqui: primeira: foram obedientes, pois seguiram na direção indicada por Jesus; segundo: caminharam confiantes. Convém assinalar que a nossa libertação se dá enquanto caminhamos na direção de Jesus, com Jesus e na obediência à Sua Palavra. Infelizmente, nem todos, depois de libertos, ficam com Ele. Somente um deles voltou glorificando a Deus em alta voz. Somente o samaritano voltou e deu glória a Deus, o único que reconheceu a presença da salvação em Jesus Cristo e o próprio Jesus como aquele pelo qual Deus está salvando a humanidade. Agora, uma vez livre de sua miséria e tendo reconhecido Jesus Cristo como Salvador, o samaritano certamente vai se apresentar aos sacerdotes e proclamar-lhes a Boa Notícia, o sinal autêntico da libertação oferecida por Deus. Possivelmente, ele o fez denunciando os preconceitos, as exclusões e tantos males provocados pela falsa religiosidade. Um detalhe importante aqui é o fato de ter sido um samaritano e não um judeu a reconhecer o Messias verdadeiro; somente ele consegue atingir a plenitude do caminho da fé. O samaritano retornou imediatamente para Jesus porque não tinha mais sentido seguir os ditames do passado sem o Messias de Deus. Ele encontrou o que a promessa indicara. Os demais não se aperceberam dessa verdade, não conseguiram ver o Messias, não enxergaram a presença de Deus em Jesus Cristo. Eles simplesmente agiram dentro das exigências da religião judaica. O samaritano encontrou primeiro Jesus.

 

5. Além disso, existe o fato da gratidão que não é um aspecto essencial do texto, mas é consequência direta, vinda do coração de quem recebeu um grande bem na sua vida, algo de que necessitava profundamente. A gratidão surge a partir do reconhecimento e do entendimento do bem maior. O samaritano reconheceu Jesus e sua missão salvífica, prostrou-se diante Dele, louvou a Deus e proclamou sua descoberta. Hoje, mais do que nunca, o batizado ou a batizada devem ter o mesmo interesse de ver aquele que pode salvar, correr ao seu encontro, implorar a graça da libertação, purificar sua vida, abraçar a missão e ser um testemunho autêntico da verdadeira fé, como sal da terra e luz do mundo. Nunca excluir do coração, mas sempre ser um motivo de libertação do outro por meio do ensino, do testemunho e da prática do amor.

 

Um forte e carinhoso abraço.


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