After me comes one who is mightier than I, the strap of whose sandals I am not worthy to stoop down before and untie.”

 

After me comes one who is mightier than I, the strap of whose sandals I am not worthy to stoop down before and untie.” Mark and Luke present John the Baptist as being oriented toward the Messiah, turned toward Him, and not the other way around. Luke shows that “the people were in expectation, and everyone wondered in their hearts if John might not be the Messiah. John is not the Messiah, the Savior, the “God with us”; he is merely “a voice in the wilderness,” the herald of the greatest News of all time. When he makes comparisons, Mark highlights, for example, the type of baptism of one (in water) and the other (in the Spirit). The first is linked to the impulse of a new time, through repentance, a simple sign of a change in life; the second to the new reality, the new history, the new man according to the Holy Spirit, Jesus Christ being the NEWNESS itself for everyone; participation in the divine life. Then, Jesus is the “strongest,” because he is the Messiah, the conqueror of sin, death, and the devil; liberator, therefore, and protector of the weakest and the oppressed.

2. For Luke and Mark, everything in Jesus’ life begins with Baptism, which marks a new time, a new creation through the action of the Holy Spirit. The humanity assumed by the Word of God immerses itself in the waters of the River Jordan in Jesus, and then rises, filled with the Spirit of God. Since the Jordan is a muddy river, this water indicates Jesus’ true entry into the earth, into our earthly reality, assuming, in fact, our situation of clay. The muddy water indicates where Jesus entered when he became flesh. In that water is the sign of the Son of God who transforms that clay, giving the life of the Spirit, the new breath, but not in the way of the beginning of creation, to make a “living soul”, but making the one who has already been created a participant in the new life of the Spirit of God. In addition to the allusion to our reality (we are dust), there is a strong reference to the mystery of Jesus’ death and resurrection. Water also indicates death, so immersing yourself in it means entering into death; On the other hand, coming out of it by the power of the Spirit means victory, resurrection, which is what actually happened to Jesus and, because of Him, what happened to us in baptism and what will happen in the final resurrection.

3. At the moment of baptism, heaven opens. The evangelists are recalling the text of Isaiah 63:19b, which deals with the prophet’s prayer seeking an answer from God in the face of the Lord’s silence when the people are lost, lose their love, turn away from divine worship and surrender to the world. Heaven is closed. It is important to reproduce this prayer here: “You are our Father. Abraham does not know us, Jacob does not care for us. You, O Lord, are our Father, our Deliverer; Your name endures forever. Why do you make us stray, O Lord, from your way? Why do you harden our hearts so that we lose your fear? Turn back, for the sake of your servants, for the sake of the tribes that are your inheritance! Why have the wicked entered your sanctuary, and our enemies profaned your holy place? For a long time we have seemed like a people never ruled by you and over whom your name has never been invoked. How wonderful it would be if you would open the heavens and come down! Before you the mountains would melt” (Is 63:16-19). Jesus’ entry into history tore open the heavens; God makes himself present in the history of mankind; the veil of the temple was torn; nothing separates mankind from communion with God. The dove as a sign of the Spirit (already used by the rabbis at the time of Jesus) indicates the beginning of a new creation, because it bears within itself a sign of the spirit that hovered over the waters at the beginning of creation; it is also a sign of peace (the dove released by Noah) and of reconciliation between God and humanity, according to the Fathers of the Church.

4. In addition, there is the recognition of the Father. According to Mark and Luke, the Father recognizes himself in his Son when he says: “This is my beloved Son.” When he adds: “... in whom I am well pleased”, he means my Only Begotten Son. Thus, Mark and Luke show that whoever sees Jesus, the Son of the Most High, sees the Father. Jesus Christ reveals the Father in His life, mission and action. His entire being is a revelation of God. Whoever encounters the Son of God has the possibility of knowing God, himself and the world, according to the vision of the same Creator. To give up this intimacy with Jesus is the same as despising all possibility of discovering the Truth and one’s own salvation.

5. In the Baptism of Jesus, we can perceive His identity as the Son of God; His mission as the Messiah in the condition of Servant; His solidarity with Israel and with all sinful humanity (like Jonah who asks to be thrown into the sea, Jesus plunges into death for the salvation of all), posing as a type of baptism of repentance when He Himself had no sin; His reality as the Image of the Father and His transparency in the history and fulfillment of the promises of Israel, as well as the bringer of the new creation, according to His Holy Spirit; and, further, His reality as the absolute Word of God, which must necessarily be heard for the salvation of all.

Depois de mim vem um que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me abaixar para desatar a correia de suas sandálias”. Mc e Lc fazem uma apresentação de João, o batista, como sendo orientado ao Messias, voltado para Ele, e não o contrário. Lc evidencia que “o povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. Não é João o Messias, o Salvador, o “Deus conosco”; ele é apenas “uma voz no deserto”, o arauto da mais elevada Notícia de todos os tempos. Quando faz comparações, Mc evidencia, por exemplo, o tipo de batismo de um (nas águas) e do outro (no Espírito). O primeiro ligado ao impulso de um novo tempo, mediante o arrependimento, um simples sinal de mudança de vida; o segundo à realidade nova, a nova história, ao homem novo segundo o Espírito Santo, sendo Jesus Cristo a própria NOVIDADE para todos; a participação na vida divina. Depois, Jesus é o “mais forte”, pois é o Messias, vencedor do pecado, da morte e do demônio; libertador, portanto, e protetor dos mais fracos e dos oprimidos.

 

2. Para Lc e Mc, tudo na vida de Jesus tem seu início no Batismo, que assinala um novo tempo, uma nova criação pela ação do Espírito Santo. A humanidade assumida pelo Verbo de Deus mergulha nas águas do Rio Jordão em Jesus, subindo, em seguida, plena do Espírito de Deus. Sendo o Jordão um Rio barroso, tal água indica a entrada de Jesus na terra verdadeiramente, em nossa realidade terrena, assumindo, de fato, nossa situação de barro. A água barrosa indica onde Jesus entrou quando se fez carne. Naquela água está o sinal do Filho de Deus que transforma aquele barro, dando a vida do Espírito, o novo sopro, mas não do jeito do início da criação, para tornar “alma vivente”, mas tornando aquele que já foi criado participante da vida nova do Espírito de Deus. Além da alusão à nossa realidade (somos pó), há uma forte referência ao mistério da morte e ressurreição de Jesus. A água também indica a morte, então mergulhar nela significa entrar na morte; por outro lado, sair dela por força do Espírito, significa vitória, ressurreição, o que de fato aconteceu com Jesus e, por causa dele, o que aconteceu conosco no batismo e o que acontecerá na ressurreição final.

 

3. No momento do batismo, o céu se abre. Os evangelistas estão lembrando o texto de Is 63,19b, que trata da oração do profeta em busca de uma resposta de Deus diante do silêncio do Senhor quando o povo se perde, esmorece no amor, afasta-se do culto divino e se entrega ao mundo. O céu se encontra fechado. Importante reproduzir aqui essa oração: “Tu és o nosso Pai. Abraão não nos conhece, Jacó não faz caso de nós. És tu mesmo, Senhor, nosso pai, o nosso libertador, teu nome é eterno. Por que nos fazes desviar, Senhor, do teu caminho? Porque nos endureces o coração para perdermos teu temor? Volta atrás, por amor de teus servos, por amor das tribos que são tua herança! Por que os malvados penetraram teu Santuário, nossos inimigos profanaram teu lugar sagrado? Desde há muito parecemos um povo jamais governado por ti e sobre quem jamais teu nome fora invocado. Que bom, se ABRISSES O CÉU E DESCESSES! Diante de ti as montanhas iriam derreter” (Is 63,16-19).  A entrada de Jesus na história rasgou os céus; Deus se faz presente na história dos homens; o véu do templo foi rasgado, nada mais separa os homens da comunhão com Deus. A pomba como sinal do Espírito (já usado pelos rabinos na época de Jesus) indica o início de uma nova criação, pois traz em si um sinal do espírito que pairava sobre as águas no início da criação; ainda como sinal da paz (a pomba solta por Noé) e da reconciliação entre Deus e a humanidade, segundo os Padres da Igreja.

 

4. Além disso, vem o reconhecimento do Pai. Segundo Mc e Lc, o Pai se reconhece no Seu Filho ao dizer: “Este é o meu Filho amado”. Quando acrescenta: “... em quem me comprazo”, quer dizer, o meu Filho Unigênito. Assim, Mc e Lc mostram que quem vê Jesus, o Filho do Altíssimo, vê o Pai. Jesus Cristo revela o Pai na Sua vida, missão e ação. Todo o Seu ser é revelação de Deus. Quem se encontra com o Filho de Deus tem a possibilidade de conhecer a Deus, a si mesmo e o mundo, segundo a visão do mesmo Criador. Abdicar dessa intimidade com Jesus, é o mesmo que desprezar toda possibilidade de descoberta da Verdade e da própria salvação.

 

5. No Batismo de Jesus, podemos perceber a Sua identidade de Filho de Deus; Sua missão como Messias na condição de Servo; Sua solidariedade com Israel e com toda a humanidade pecadora (a exemplo de Jonas que pede para ser jogado ao mar, Jesus mergulha na morte pela salvação de todos), fazendo-se passar por um tipo de batismo de arrependimento quando Ele mesmo não tinha pecado algum; Sua realidade de Imagem do Pai e transparência Sua na história e realização das promessas de Israel, bem como realizador da nova criação, segundo o Seu Espírito Santo; e, ainda, Sua realidade de Palavra absoluta de Deus, a qual deve ser escutada necessariamente para a salvação de todos.